17.07.2014
O mercado de monitoramento
Segundo dados da ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), este mercado registrou no ano passado um crescimento de 10%, fechando com um faturamento de R$4,6 bilhões. Hoje no país são mais de 18 mil empresas que atuam no segmento e geram aproximadamente 200 mil empregos diretos e mais de 1,7 milhão indiretos.
A ISC (Conferência Internacional de Segurança) é outra feira que atrai os principais empresários do setor. A marca possui 37 anos de experiência e anualmente são realizadas duas edições nos Estados Unidos. No Brasil, chegou à sua 9ª edição em março passado. A Sony aproveitou a ISC para realizar o lançamento de sua nova linha de segurança digital Sony IPELA. Entre outros diferenciais, as novidades incluem câmeras capazes de captar imagens em alta definição, mesmo em ambientes escuros ou com baixa luminosidade, zoom óptico de até 30 vezes e sensores inteligentes que, ao detectar movimento, disparam as funções de segurança da câmera, incluindo iluminadores de LED, alerta de voz e notificação por e-mail. Além disso, as tecnologias também possibilitam ao proprietário dos equipamentos da Sony acompanhar imagens de qualquer lugar, através do smartphone. Entre os principais modelos, destaque para a SNC-HM662, uma câmera com vista hemisférica de 360º com 5Mp, resolução máxima de 2560 x 1920 pixels e múltiplas telas de visualização. E ainda: a SNC-WR600, com zoom óptico 30x e 60 frames por segundo e a SNC-XM636, com vista em ângulo horizontal de 83 graus e três estruturas que permitem fácil flexibilidade de ajuste de ângulo.
TECNOLOGIA IP GANHA CADA VEZ MAIS ESPAÇO
José Motta, diretor técnico da TrendNET, acredita que em breve o mercado se abrirá para um novo tipo de solução: o monitoramento IP. Com isso, facilitará enormemente o convencimento do mercado sobre uma nova tecnologia. “Espera-se que um novo paradigma seja criado, baseado na digitalização de imagens na ponta dos dispositivos atuais: as câmeras IP. Com isso, o antigo modelo que usava sinal analógico será substituído, o que será muito bom para o setor”, diz Motta.
Vânia Munaretto, gerente de Produtos em CFTV, acredita que os canais devem apostar na venda da solução fim-a-fim, integrando em uma única plataforma, o monitoramento de imagens com controle de acesso, incêndio, ar condicionado, alarmes e sistemas de perímetro, combinados com um contrato de manutenção do sistema, internet, voz e vídeo, e outros serviços que possam ser agregados utilizando uma infraestrutura baseada em convergência IP. “O canal pode aumentar sua rentabilidade incluindo novas ofertas que vão além do monitoramento voltado para a segurança física do ambiente”, acredita a gerente. Segundo a executiva, um dos principais quesitos para implantação de um sistema de monitoramento por vídeo satisfatório é ter domínio sobre sistemas de rede IP e infraestrutura. “O mercado vem sofrendo por falta de pessoal e mão-de-obra capacitada para trabalhar neste segmento de redes, portanto, os canais que já possuam essa expertise podem ter uma vantagem competitiva. Para começar a trabalhar, é importante buscar uma distribuidora de valor agregado que possua experiência em vídeo e redes, para prestar apoio de pré-vendas, suporte e treinamento em conceitos de vídeo, para obter sucesso logo nos primeiros negócios”, acredita Vania.
De acordo com Luis Fabichak, gerente de Marketing da área profissional da Sony Brasil, uma solução de vídeo monitoramento IP, além da demanda imediata por produtos e serviços de infraestrutura, como cabeamento estruturado, ativos de rede IP (switches e routers), servidores e equipamentos para armazenamento das imagens, proporciona receitas recorrentes com serviços mensais de manutenção. “O mercado brasileiro cresce a ritmo rápido. Mesmo após os megaeventos, como Copa do Mundo e as Olimpíadas, haverá uma constante renovação do parque instalado de câmeras analógicas pelas câmeras IP”, acredita Fabichak. “Além disso, para as revendas que já trabalham com redes IP, o investimento em treinamento e capacitação é pequeno e vale bastante a pena”, completa o gerente.
INVESTIMENTO EM CAPACITAÇÃO
Alexandre Mori, gerente de negócios da divisão de Sistemas de Segurança, acredita que uma das maneiras do canal capitalizar é oferecer “outsourcing” de pessoas ou equipamentos. “Este tipo de modalidade de negócios tem sido muito bem aceita e requerida pelo mercado, que se encontra aquecido e em ascendência. O Brasil continuará precisando de infraestrutura e investimentos, uma vez que apresenta no cenário de megaeventos um déficit em relação aos demais países”, pontua o executivo.
O conhecimento precisa, concomitantemente, caminhar lado a lado com a venda de produtos e soluções. Somente desta maneira, o mercado irá gerar demanda e progredir. Julio Esteves, gerente de Marketing da ControleNet alerta para o que ele chama de “capital intelectual”. “As especificações dos equipamentos demandam conhecimento, tempo de estudo e visão de mercado. Com este know-how, as revendas tem condições de oferecer as melhores soluções com custos reduzidos para seus clientes. E para que possa ofertar todas essas novas soluções, o canal deve contar com um parceiro que lhe ofereça respaldo em todos esses quesitos, além claro, de investir em sua própria capacitação”, explica Esteves.
Para Rodrigo Martini, diretor de Vendas e Marketing da Axyon, a oferta de soluções inovadoras que garantam maior segurança dos ambientes irá proporcionar um incremento nas vendas. “Soluções que ofereçam ao operador de segurança formas automáticas e manuais de manter os ambientes seguros tendem a contribuir para o crescimento desse mercado. Os sistemas de análise de vídeo, que cada vez mais trabalham de forma autônoma, ou seja, sem a necessidade de intervenção humana, ganham a cada dia mais espaço”, revela o executivo. “Hoje é necessário que os profissionais de infraestrutura comecem a prever um sistema de CFTV nos ambientes, e com isso, existe a necessidade que tenham mais conhecimento na área”. O executivo ressalta que a empresa espera crescer 15% este ano com lançamentos nas verticais de Segurança, Network e Telecom. “Devido ao nosso posicionamento de distribuidora de valor agregado, estamos cada vez mais buscando novas soluções que complementem nosso portfólio, para atender as mais diversas demandas geradas por nossos clientes”, pontua o diretor da Axyon.
Carvalho, do Grupo Policom, ressalta que as fabricantes e distribuidoras devem oferecer treinamento e capacitação e as revendas, por outro lado, devem investir na capacitação de seus profissionais e equipamentos adequados para instalação e manutenção. “Especialmente em relação a monitoramento IP, as revendas precisam se capacitar em conceitos básicos de rede Ethernet. Não basta saber instalar câmera e apontar a lente, precisa saber configurar o switch, fazer cálculo de storage, instalar a rede, montar o rack do CPD, certificar esta rede etc”, pontua o executivo.
Caio Monte Claudio, gerente comercial da Bycon, acredita que retorno financeiro de um bom contrato de prestação de serviço é indiscutível perante a venda de produtos. “A procura pelos contratos de locações, manutenções preventivas e corretivas faz com que os canais aumentem seus ganhos, principalmente se forem colocados equipamentos de qualidade e preparados para funcionar em um país de dimensões continentais como no caso do Brasil, com alterações de clima e cenários diversos, fatores estes que são determinantes e podem aumentar o índice de problemas; e se manter contratos onde não há necessidade de manutenções contínuas ou substituições frequentes, faz com que um contrato se torne altamente rentável”, diz o gerente.
FORTES INVESTIMENTOS COM A COPA DO MUNDO NO BRASIL
Para Celso Fraga, diretor Comercial da Samsung Techwin para o Cone Sul da América Latina, o mercado está dividido atualmente na atenção aos megaeventos e suas demandas correlacionadas: governo e corporativo em geral. “No primeiro segmento existe um hype com uma demanda relativamente pequena para atender aos estádios e outra em vigilância urbana nas cidades sede. No setor governamental, vivemos um ano eleitoral o que nos leva a um cenário conservador. Sem embargo, vários projetos em andamento continuam gerando uma demanda significativa. Já o setor corporativo continua gerando um fluxo saudável de negócios dentro de um crescimento sustentável”, acredita Fraga.
Este ano, a companhia espera superar o seu índice de crescimento de 30% anual. “Com o lançamento do processador WiseNet III no ano passado, toda uma série de câmeras de CFTV estão sendo sistematicamente produzidas e lançadas, encapsulando nelas uma ampla gama de recursos tecnológicos de última geração que proporcionam à Samsung Techwin um diferencial em qualidade, funcionalidade e preço que certamente alavancarão um crescimento exponencial nas suas vendas”, diz Fraga.
Para Esteves, da ControleNet, a Copa do Mundo e as Olímpiadas ajudarão no desenvolvimento do mercado nacional. “Além da injeção de capital, a forma como as coisas são vistas também mudará. Para a área de segurança isso será excelente, pois certamente todos poderão ver como as câmeras ajudam a controlar a segurança, ver o que acontece remotamente, controlar diversos pontos de um único local e conhecer muitos benefícios periféricos de um sistema de segurança e monitoramento. O aquecimento pós-evento será um movimento natural, pois as pequenas empresas sempre seguem o que as grandes corporações fazem, ou seja, mais cedo ou mais tarde, os pequenos e médios empresários irão implantar ou atualizar seus sistemas de monitoramento”, diz o gerente.
TENDÊNCIAS PARA O SETOR NOS PRÓXIMOS ANOS
Luiz Carvalho, do Grupo Policom, enumera algumas tendências para este e os próximos anos: câmeras IP com nitidez de imagem em ambientes totalmente escuros; câmeras com resolução acima de 5Mp e com preços reduzidos; câmeras FishEye e softwares de monitoramento com maior integração aos sistemas de controle de acesso. “Lançamos com exclusividade na ISC uma integração de software de monitoramento de imagens com software de monitoramento de camada física de rede”, diz Carvalho.
Rodrigo Martini, da Axyon, acredita que o vídeo monitoramento será um dos segmentos chave para este ano. “Com o incremento do uso do Big Data, o vídeo monitoramento via Crowd Sourcing e análises via mídia social passará a ser cada vez mais utilizado. As câmeras panorâmicas, de 180º a 360º, fornecem imagens mais completa e com isso também ganham mais força no mercado”, prevê Martini.
Jose Motta, da TrendNET, prevê maior funcionalidade nos equipamentos, com a consolidação de padrões utilizados por todas as fabricantes. “Os padrões incluem desde CODECS para compactação dos dados até serviços para armazenamento de arquivos na rede. A visão noturna está cada vez mais avançada e os procedimentos de instalação e configuração estão mais automatizados. Isso irá tornar as soluções de monitoramento bem mais comuns do que poderemos imaginar”, diz o diretor.
Para João Paulo Sousa, diretor comercial da Genetec, o setor de monitoramento possui, em sua essência, aplicações baseadas em software, mas vem seguindo a tendência da indústria de TI de virtualização e computação em nuvem, já que são grandes as pressões para redução de custo de hardware e software. Outro conceito, segundo o executivo, é o de soluções integradas/unificadas de segurança. “É visível o esforço de diversas fabricantes buscando integrar as soluções existentes de CFTV, controle de acesso, sistemas de alarmes etc. Em linhas gerais, o conceito consiste em possuir uma única plataforma padrão para o gerenciamento total de segurança. A unificação atrelada ao conceito de plataforma aberta e interoperável faz da Genetec um dos principais players da indústria”, diz Souza. A empresa tem programado para este ano o lançamento da plataforma Stratocast no Brasil, um sistema de gerenciamento de segurança em nuvem. “Com essa plataforma – que é mais simples de implantar e gerir, além de ter um baixo custo – esperamos atingir também empresas e projetos de pequeno porte”, completa Sousa.
Para Alessandra Faria, diretora da Axis para a América do Sul, a principal tendência para o setor de vídeo monitoramento é a migração da tecnologia analógica para a digital. “Isso já é realidade em todo o mundo e mais ainda em economias em desenvolvimento, como o Brasil, onde há maior predisposição à adoção de novas tecnologias justamente porque o parque analógico não é tão grande quanto o de países que investiram nisso nas últimas décadas. Um estudo da consultoria independente IHS aponta que a venda de produtos de vídeo em rede, ou IP, irá ultrapassar a receita de sistemas analógicos globalmente ainda em 2014. Acredito que esse ponto de inflexão já foi alcançado no Brasil”, diz Alessandra.
A executiva ressalta os benefícios do programa Axis Academy, indicado para profissionais que trabalham com integração de sistemas e design de vídeo em rede. O treinamento abrange o essencial de vídeo em rede e permite que o aluno, independentemente de seu nível de capacitação, alcance proficiência para trabalhar com produtos e soluções de vídeo monitoramento digital. “O curso é dividido em duas partes. Nos dois primeiros dias,acontece o treinamento “Fundamentals”, que combina aulas práticas e teóricas para falar sobre assuntos como instalação básica de câmera, uso de imagem, otimização de taxa e bit e análises de vídeo. No último dia, acontece o “Video Solution Fundamentals”, que propõe um treinamento avançado em solução de sistemas e design. Nesta etapa, com ênfase em exercícios práticos que proporcionam soluções de segurança em grande escala, sob a supervisão de um instrutor, o participante será capacitado para entregar ao usuário final propostas para sistemas de segurança”, explica Alessandra. O Axis Academy é oferecido praticamente todos os meses em São Paulo e, também todos os meses numa cidade fora do estado. Em maio, além da capital paulista, haverá em Joinville. “Convidamos os interessados em desenvolver projetos em vídeo monitoramento IP a participar, porque é um curso extremamente prático, com a simulação de projetos avançados e demonstrações de como tirar o melhor proveito de um sistema de vídeo em rede”, anuncia a executiva.
Fabichak, da Sony, acredita em uma substituição da tecnologia analógica por digital e na procura por equipamentos de alta qualidade de imagem em função do aumento de ocorrências que exigem a identificação detalhada de pessoas e eventos. “Consequentemente, haverá uma queda de preços dos equipamentos com tecnologia IP, que não justificarão investimento na tecnologia analógica”, diz o gerente.
TREINAMENTOS E CERTIFICAÇÕES: FERRAMENTAS ESSENCIAIS PARA UMA VENDA ASSERTIVA E EFICAZ
Além dos treinamentos, a ControleNet também premia as revendas treinadas e certificadas com descontos exclusivos através de um sistema próprio de mapeamento de novos negócios. “Quanto mais a revenda está próxima da ControleNet, mas ela têm benefícios na vendas de nossas soluções”, pontua Esteves.
A Sony Brasil possui treinamento técnico/comercial para as equipes dos canais registrados e certificação técnica para a equipe de projetos e instalação dos parceiros, mediante pequeno pagamento ou aquisição de câmeras para show room.
O Grupo Policom apresenta certificações no Policom Solution Center em São Paulo e tem pelo menos oito horas de treinamento gratuito disponível no canal YouTube da companhia.
A Axyon oferece treinamentos presenciais e à distância. “Somos focados em oferecer à revenda total capacitação em nossas soluções, para mantê-las cada vez mais atualizadas e preparadas para atender o cliente final”, diz Martini.
Segundo Caio Monte, gerente comercial da Bycon, quanto mais treinamento for oferecido aos parceiros e aos usuários, mais sucesso obterá nas implantações. “Os parceiros que souberem instalar com qualidade terão clientes satisfeitos que geram um movimento “boca-a-boca” positivo tanto para marca do equipamento quanto para o parceiro/integradora. Qualquer pessoa ou empresa efetua uma compra somente quando possui confiança no que lhe estão oferecendo, e somente passa esta confiança o parceiro/integradora que estiver confiante e conhecendo todos os detalhes da solução, por isso a importância dos treinamentos técnicos e comercias dos fornecedores”, explica o executivo.
Vânia Munaretto, da WDC Networks, explica que um dos maiores investimentos da empresa é a formação do canal. “Criamos o nosso Centro de Treinamentos, ondem mensalmente temos uma grade com seminários, workshops, certificações presenciais, além de webinar (via internet). Com capacidade para 20 pessoas e totalmente interativo, atualmente é um centro de referência para canais e fornecedores, que ministram certificações internacionais em nosso espaço”, diz a gerente. E completa com algumas dicas para os canais: “Invista em capacitação da mão-de-obra; utilize as ferramentas que oferecemos, como apoio de pré-vendas, demonstração da solução e treinamentos; valorize a oferta combinada com serviços múltiplos e crie valor à solução”, conclui Vânia.
A Samsung Techwin possui vários programas de capacitação técnica e comercial, com certificação em vários níveis, assim como orientações em relação a projetos e consultoria especializada. A maioria destes cursos são gratuitos ou possuem um custo simbólico.
A TRENDnet têm uma série de cursos sobre monitoramento IP desde os conceitos básicos da nova tecnologia até projetos de aplicação que permitem aos canais verificar como é simples utilizar as câmeras IP em projetos de monitoramento. No site da companhia é possível encontrar todas as informações.
A Genetec oferece treinamentos de certificação bimestrais aos canais que desejam possuir domínio da plataforma. “Uma dica para aumentar a lucratividade é agregar funções de segurança unificada aos projetos, como por exemplo, funções de alarme perimetral ou controle de acesso ao CFTV. Isso pode diferenciar a empresa e trazer vendas adicionais em clientes existentes, o tão desejado up-selling”, diz João Paulo, diretor comercial da empresa.
A tecnologia wireless, juntamente com as câmeras IP, ajudam a impulsionar um mercado que segue em franca expansão, com dezenas de lançamentos sendo feitos a cada mês pelas principais fabricantes do segmento. Mantenha os olhos bem abertos e enxergue uma infinidade de novos negócios. Você só tem a lucrar!
Enviado por: Axyon
Em: 17.07.2014
Categoria:
CFTV
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